Mensagens

The Windmill

 In my few days of solitude I have come to find that it is not much easier to think and to rhyme  with the silent static of the windmill in my brain and the never-ending, eternal hours that make up the days  of the weeks  of the months  of the years  of a lifetime. The calm after the storm  has proved to be deadly. The windmill won't move no more For there's no fresh, serene breeze no more And all the dirty, foggy thoughts have stopped cycling through instead condensing and concentrating until there's no clarity no more until there's no lucidity  no more until there's no coherence no more and all the voices who were my friends have turned into deafening silent static  once again. 

And she dances

  She looks through the window of her 7 th floor apartment, observing the small passengers in the city bellow her, the cold sharp breeze burning her fingertips – and yet, she does not flinch, she does not protect her skin against the frostbite, she does not care. “How cold and disingenuous it is to be so distant yet so desperately close”, she thinks. She could almost touch them. She could almost smell them. She could almost hear their laughter in between their tears that flood their alone time, just like hers. She could recall all the midnight calls to ex-lovers, intoxicated by the burning feeling of cold old whiskey and nostalgia. She could count the hours spent looking at the ceiling in the dark, wondering when did it all get so heavy and if their bedroom really was that small all along. Yes, they were all exactly like her, she was sure of it – alive, yet alone. So alone. She lights up a cigarette – terrible habit, she knows. She does not smoke to kill, but instead to drown out th

ela e Ela

“Que mais deseja o corpo de alcançar?” Quando já a alcançou a ela, Mágica florbela. É importante distinguir, porém, Os dois “ela” Que são o ela, gente humana,  De carne e osso Cheia de vitamina e medo da morte, E o Ela, ideia conceptualizada Que apenas vive dentro do coração de quem a observa Mas nunca se aproxima para perguntar as horas E talvez tomar um café. O Ela não existe, efetivamente, Ou existe mas não realmente, Apenas vagueia dentro de tantas mentes Sempre de formas diferentes E sem nunca acertar na forma certa. O Ela nunca se cansa de viver e amar Nunca diz para parar Nunca diz que precisa de ar Não tem carne nem osso Apenas um coração para dar Muito mas não demasiado É um “quanto baste” surreal e ansiado Sem quereres, nem medos, nem porquês Apenas existe para satisfazer os pensamentos De quem tudo quer sem nada fazer. O ela, por sua vez, É um perfeito imperfeito ser Sem letra maiúscula, mas alma enorme E um coraç

reflexão sobre a impossibilidade de originalidade

Sou, efetivamente, um desastre,  Quer enquanto humana,  Quer enquanto artista, Pois todas as minhas junções de palavras  E letras e vírgulas e espaços Outra pessoa já pensou, O que eu penso, outro já disse E o que eu crio, já foi criado. Vivo assim Atormentada pelo atraso Reduzida à mediocridade da cópia e ao fiasco Pois as minhas mais orgulhosas invenções Só para mim o são.

O Amor e os Loucos

Amor é para os loucos Cujos delírios incessantes São os ruídos constantes Que as tuas pestanas fazem ao bater umas nas outras Ou o cheiro da tua voz leve e aveludada Ou o suave toque da tua boca encarnada. Amor é para os insanos Que no meio do caos e desengano Arranjam espaço para apreciar a beleza  Que rodeia cada instante da tua presença Mas beleza é uma palavra tão fraca Tão inerentemente física e impotente Quando comparada com o teu belo ascendente Metafísico, tão para além do terreno e conveniente.  Amor é para os delirantes  Cuja alma ainda dança  E que são capazes de se libertar Do tão limitante bom senso E afundar-se no belo e rosado Que é por ti ser tocado. Amor é para os loucos E eu acho que perdi a cabeça.

Primavera

Foi uma Primavera calorosa aquela, A Primavera da vida e a Primavera colorida,  Tempo longínquo em que podia cheirar o sabor da liberdade E dos cigarros pendurados nos lábios Que nos queimavam divertidamente a garganta A Primavera antes da nossa própria Primavera A Primavera antes das nossas vida se “primaverarem”  E, em menos de um piscar de olhos, A Primavera tornou-se severa: Depois do calor veio a perda da cor, O vento gélido e a dor E os cigarros carregados nos lábios Queimavam mais do que os pulmões. Mas algures dentro de mim Mais de 20 Primaveras depois, Ainda existe uma pequena Primavera a florescer Um último dia de Primavera Que não sabe que no dia seguinte irá crescer.

reflexão sobre o conhecimento inacabado

Como posso eu Pequeno, insignificante ser  Molécula à deriva na galáxia Saber? Como posso eu Alma tão rigidamente limitada Por toda a fraqueza  Criada pela minha mais pura natureza Saber? Como posso eu sequer saber, Quanto mais saber mais, Quanto mais saber tudo, E oh! Quanto quero saber tudo Ingerir o néctar dos deuses Trincar a maçã de Adão Abrir a caixa de Pandora. Quanto sofro sabendo  Que nunca irei conhecer tudo Nunca alcançarei o meu expoente máximo E nunca serei capaz de derrubar as barreiras que me corroem Apenas porque sou tão incrivelmente, Tão extremamente, Insignificante.